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Este álbum teve seu embrião assim que montei meu estúdio (que inclusive batizei de Braia), foi em 2013/2014. O Fabrício virou meu parceiro aqui nas gravações e produções e eu já sabia que ele era um baterista dos bons. Como a gente que cria é muito inquieto, um dia pedi pra ele me sugerir uns ritmos, acompanhamentos percussivos para uma ideia que tive, algo bem brasileiro, mas que eu tocava no banjo com ornamentos da música irlandesa. Ficou demais! E a gente passou a brincar com outras ideias, ritmos e doideras entre uma produção e outra. Isso já era 2015.
Nessa mesma época, a gente produzia uns artistas aqui da região e um dos músicos que vinha gravar era o Anderson Silvério, baixista. Tudo que ele fazia me impressionava, sua fluidez por diversos estilos e linguagens, sua camaradagem, e principalmente sua disposição me motivou a chama-lo pra fazer este som mais brasileirado, instrumental, e que teria o nome de Tupi na Gael, já que não tiraria um dos pés da velha Irlanda que sempre foi um de meus motes inspiradores.
Pela ‘questão irlandesa’, não podia deixar de incluir também meu velho parceiro do Braia, Kernunna e Tuatha de Danann, o Alex Navar, pra fazer a gaita de fole e deixar aquele sotaque celta mais evidente no trem e, como o Rafael, também da velha guarda do Braia e do Tuatha, estava pelo Brasil e adora esses lances instrumentais eu o chamei aqui no estúdio e fluiu muita coisa massa! Rimos bastante durante as gravações e sapecamos o trem ‘de com força’ pra alcançar o melhor resultado possível: tem baião, tem samba, ijexá, uns arrancado de viola caipira, tem muita mineiridade bucólica em alguns acordes típicos do Clube da Esquina; enfim tem muito do Brasil, do mundo de cá, mas sem desprender do fantasma céltico irlandês que sempre me assombrou.
Porém, com a vida corrida, as prioridades do mundo real e material e aquela trem que todos vivenciamos no dia a dia , deixamos de lado esse trabalho por um tempo e focamos nas atividades mais imediatas e tangíveis. Até que veio a pandemia que desestruturou o mundo todo, se espalhou por toda a Terra Redonda e minou quase 100 por cento as atividades artísticas do nosso pessoal. Graças ao apoio de muitas pessoas que acreditaram e incentivaram este trabalho diretamente e depois ao aporte recebido da Lei Aldir Blanc de Minas Gerais, conseguimos os recursos para finalizar este álbum de forma digna e com a maior qualidade que podíamos imaginar. Vale dizer que tivemos a participação de meus parceiros da velha guarda do Braia e mesmo do Tuatha Edgard Brito e Giovani Gomes, o Nathan Viana também Tuatha, a Daiana Mazza que foi do Braia, o guitarrista Kiko Shred, além de meu camarada irlandês Kane O’Rourke e o grande Felipe Andreoli, meu amigo monstro baixista do Angra.
Foi aí que eu vi que este era um disco do Braia, porém, um Braia despalavrado, uma outra faceta da musicalidade deste projeto que lancei em 2007, já que mantinha aquela mesma ideia de fundir a coisa celta e a música brasileira ao rock progressivo. Se o primeiro álbum “….e o mundo de lá” tinha em suas letras referências a W.B. Yeats, James Joyce e motes do imaginário feérico celta, neste segundo trabalho “…e o mundo de cá”, os temas aludem a fatos, motes e figuras históricas e simbólicas do imaginário cultural brasileiro e principalmente mineiro.